terça-feira, 1 de julho de 2014

Como amenizar a dor do parto



Praticar exercícios fisioterápicos durante o parto aumenta a tolerância à dor, reduz o uso de fármacos e diminui o tempo até o nascimento do bebê, conclui um estudo feito no Hospital Universitário da USP. Entre as grávidas que fizeram as atividades, o índice de cesarianas ficou em 11%. A média, na instituição, é de 20%.

No SUS, a taxa de cesáreas é de 28% e na rede privada e suplementar chega a 90%. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o índice seja de, no máximo, 15%.
Na pesquisa, foram avaliadas 132 gestantes do primeiro filho, com gravidez a termo: 70 foram acompanhadas por fisioterapeuta e fizeram os exercícios preconizados no trabalho de parto e outras 62 tiveram acompanhamento obstétrico normal, sem os exercícios. As gestantes do estudo foram orientadas a ficar em várias posições, fazer movimentos articulares e pélvicos, relaxamento do períneo e coordenação do diafragma.

A fisioterapeuta Eliane Bio, autora do estudo, diz que, além da redução do número de cesáreas, os exercícios diminuíram a dor e a duração do trabalho de parto -de 11 para 5 horas. “Nenhuma parturiente do nosso grupo precisou de analgésico.” No grupo controle, 62% usaram drogas de analgesia.

No Brasil, exercícios no trabalho de parto estão restritos aos poucos centros médicos que incentivam o parto normal, mas, em países como a Inglaterra e a Alemanha, vigoram há mais de 40 anos. Na França, toda grávida é orientada a fazer ao menos 12 consultas com o fisioterapeuta no pré-natal.

Segundo Bio, os exercícios remetem à livre movimentação que, no passado, a mulher tinha em casa durante o parto. “Temos que estimular as habilidades do corpo da mulher para o parto, prevenindo traumas no períneo, levando a uma vivência menos dolorosa, resgatando a poesia do nascimento.”

Segundo ela, os procedimentos fisioterápicos preconizam a participação da mulher em todo o processo de parto, com a livre escolha de posições durante as contrações.
O obstetra Artur Dzik, diretor da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, diz que o estudo é benfeito (prospectivo, randomizado e com um número significativo de voluntárias). “Tudo o que estimula responsavelmente o parto normal é bem-vindo num país com altíssima incidência de cesárea.”

Para ele, o ponto principal do trabalho foi ter mostrado que o acompanhamento fisioterápico retarda a necessidade de analgesia, diminuindo o tempo do trabalho de parto.
Na opinião de Renato Kalil, ginecologista e obstetra da Maternidade São Luiz, o mérito do trabalho de Bio é ter “colocado no papel” a eficácia dos exercícios. “Minhas pacientes fazem isso há 22 anos, mas ainda são exceções. Na maioria dos hospitais, a grávida fica deitada esperando a hora da cesárea.”
Ele pondera que o trabalho não consegue demonstrar de que forma ocorre o relaxamento provocado pelos exercícios. “Um médico adepto da cesárea diria que seria preciso medir os impulsos elétricos do músculo para comprovar o relaxamento. Mas, na prática, sabemos que a movimentação funciona.”

Dica:
- Caminhe ao redor do quarto ou sente-se em uma bola de pilates e incline o quadril para frente e para trás para aplicar uma pressão suave à pélvis. Ambos os movimentos podem aliviar a dor do parto.

- Peça a sua treinadora ou parteira para dar-lhe uma massagem relaxante durante o parto. A maioria das mulheres em trabalho de parto não querem ser tocadas durante as contrações, principalmente quando tomarem a Pitocina, pois elas são mais fortes. No entanto, durante os intervalos, peça para ela massagear a parte inferior das costas, as pernas, os tornozelos e o rosto. Isso ajudará a relaxar os músculos tensos e ajudará a mulher em trabalho de parto a se concentrar na respiração pelas próximas contrações.
- Faça uma aula de trabalho de parto antes de dar à luz. Os métodos de Lamaze, Bradley e o hipnoparto são aulas de parto populares que a ensinam a lidar com a dor, mesmo ao receber a Pitocina. As aulas giram em torno da respiração, do foco e da atitude, embora as técnicas exatas variem de acordo com o tipo de aula que escolher.



- Sobre a dor do parto: http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2011/07/quando-dor-nao-e-sofrimento.html

- Para alivio da da dor do parto: Respiração

Ao se concentrar em seus padrões de respiração você pode aliviar as dores do parto. Existem diferentes técnicas tais como o sono e a respiração rítmica. Pesquise e pratique suas técnicas preferidas antes de entrar em trabalho de parto.

Sobre a técnica da garganta aberta:



Ina May Gaskin, a mãe do partejo moderno tem acunhado um termo chamado “a lei do esfíncter”.

Esta lei declara:

Os esfíncteres (incluindo o anal, cervical e vaginal) são os responsáveis por trazer a seu bebê ao mundo. Se os esfíncteres estão apertados, o parto não progredirá e você sentirá mais dor.

O que é exatamente a lei do esfíncter de Ina May?

1. O esfíncter anal, o cervical (o colo do útero) e o vaginal funcionam melhor em uma atmosfera de intimidade e privacidade. Por exemplo, um banheiro com fechadura ou um quarto onde as interrupções são improváveis ou impossíveis.

2. Estes esfíncteres não podem ser abertos à força nem respondem bem às ordens de empurrar e relaxar.

3. Quando o esfíncter está em processo de abertura, pode ser fechado repentinamente se a pessoa se altera, assusta, é humilhada ou consciente de si mesma. Por que? Os níveis altos de adrenalina na corrente sanguínea não favorecem (e muitas vezes impedem) a abertura de esfíncteres. Estes fatores inibidores são uma razão importante pela qual as mulheres nas sociedades tradicionais normalmente escolhem outras mulheres, exceto em circunstâncias extraordinárias, para acompanhá-las e auxiliá-las durante a dilatação e o parto.

4. O estado de relaxamento da boca e a mandíbula está diretamente relacionado à habilidade do cérvix, da vagina e do ânus para se abrirem completamente.

Insisto, e em outras palavras:

Boca aberta = Cérvix aberto

Garganta aberta = Vagina aberta

É quase impossível parir com eficácia com os lábios apertados e a garganta fechada. Pode tentar fazê-lo agora mesmo… quando relaxa a mandíbula, abre a boca e a garganta, as nádegas se relaxam automaticamente e você se afunda na cadeira. Ina May fala dos benefícios dos beijos, e de manter a boca e os lábios soltos e abertos. Beijar também provoca a secreção de ocitocina e outros hormônios do amor que elevam a tolerância à dor e aceleram o parto.

Mais informação:
- http://vilamamifera.com/fisioterapiafeminina/posicoes-para-o-alivio-da-dor-no-trabalho-de-parto/
-http://nasciprasermae.com/2011/02/14/exercicios-para-ajudar-no-parto/
-http://caroldarcie.tumblr.com/post/91973458369/os-5-estagios-da-dor-do-parto

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